sexta-feira, 6 de janeiro de 2012

Janeiro. Mês dedicado a Oxóssi, que pelo sincretismo é São Sebastião, tendo como data comemorativa o dia 20 de Janeiro.

Em janeiro a Umbanda comemora com festas e louvações um dos orixás mais cultuado por seus adeptos e seguidores: OXÓSSI!
Ele é o patrono da linha dos Caboclos e Caboclas da Umbanda assim como é tido como o guardião divino dos mistérios vegetais, que vão desde as raízes até as sementes.
Em seu culto tradicional no Candomblé Oxóssi tem toda uma fundamentação, que difere em alguns pontos com a que recebeu na Umbanda, mas isto não diminui sua divindade e sim a engrandece ainda mais porque o popularizou de tal forma que até quem não é seguidor de algum culto afro brasileiro o conhece.
Em função do sincretismo desenvolvido durante o período da escravidão, onde seus cultuadores não podiam pronunciar seu nome em Yorubá senão seriam castigados, ocultaram-no por traz da imagem de São Sebastião e daí em diante esse santo cristão e católico tornou-se um dos mais cultuados no Brasil.
Na umbanda, em seu inicio, logo Oxóssi destacou-se porque os caboclos que davam seus pontos cantados aludiam a ele como o Pai das Matas, o protetor dos fracos e oprimidos, o cortador de demandas, o propiciador de curas milagrosas com suas ervas sagradas e o encaminhador de espíritos sofredores.
Tantos são os auxílios prestados pelos Caboclos(as) que essa linha de trabalhos espirituais destacou-se desde o inicio da Umbanda, já com o Caboclo das Sete Encruzilhadas, o Espirito fundador da Umbanda, realizando trabalhos miraculosos que impressionavam quem os assistiam
ou por eles eram beneficiados, chegando ao relato de uma ressuscitação. E foi o que fez Pai Zelio de Morais e a imensa legião de Caboclos que acompanhavam o Caboclo das Sete Encruzilhadas, não desanimando nunca, mesmo vendo que o crescimento descontrolado da Umbanda, que fugiu ao controle deles, trouxe para dento dela os oportunistas, os exploradores, os charlatães, os embusteiros, os falsificadores da verdade, os desvirtuadores e os deturpadores daquilo que eles praticavam e pregavam como UMBANDA.
Mas a tudo OXOSSI tem visto e no tempo certo tem mostrado a cada um deles os seus erros e a causa de suas quedas espirituais, quedas essas devido não seguirem o que os altivos caboclos ensinam e praticam: a CARIDADE!
SARAVÁ OXÓSSI, SARAVÁ TODOS OS CABOCLOS E CABOCLAS DA UMBANDA!
Por: Pai Rubens Saraceni.


Janeiro. Mês dedicado a Oxóssi, que pelo sincretismo é São Sebastião, tendo como data comemorativa o dia
20/01.
Um pouco de História: São Sebastião nasceu em Milão, na Itália, de acordo com Santo Ambrósio, por volta do século III, embora haja versões de que tenha nascido em Narbonne, na França.
Pertencente a uma família cristã, foi batizado ainda criança. Mais tarde, tomou a decisão de engajar-se nas fileiras romanas e chegou a ser considerado um dos oficiais prediletos do Imperador Diocleciano.
Contudo, nunca deixou de ser um cristão convicto e ativo. Fazia de tudo para ajudar os irmãos na fé, procurando revelar o Deus verdadeiro aos soldados e aos prisioneiros. Secretamente, Sebastião conseguiu converter muitos pagãos ao cristianismo. Até mesmo o governador de Roma, Cromácio, e seu filho, Tibúrcio, foram convertidos por ele. Em certa ocasião, Sebastião foi denunciado, pois estava contrariando o seu dever de oficial da lei. Teve, então, que comparecer ante o imperador para dar satisfações sobre o seu procedimento. Diante do Imperador, Sebastião não negou a sua fé e foi condenado à morte, sem direito à apelação. Amarrado a um tronco, foi varado por flechas, na presença da guarda pretoriana. No entanto, uma viúva chamada Irene retirou as flechas do peito de Sebastião e o tratou. Assim que se recuperou, demonstrando muita coragem, se apresentou novamente diante do Imperador, censurando-o pelas injustiças cometidas contra os cristãos, acusando-o de inimigo do Estado. Perplexo com tamanha ousadia, Diocleciano ordenou que os guardas o açoitassem até a morte. O fato ocorreu no dia 20 de janeiro de 288.
A chegada ao Brasil: Durante a diáspora negra, muitos escravos que cultuavam Oxóssi não sobreviveram aos rigores do tráfico negreiro e do cativeiro, mas, ainda assim, o culto foi preservado no Brasil pelos sacerdotes sobreviventes e Oxóssi se transformou em um dos orixás mais populares, tanto no Candomblé, onde se tornou o rei da nação Ketu, quanto na Umbanda, onde é patrono da linha dos caboclos, uma das mais ativas da religião.
Nas sete linhas de Umbanda, o Trono do Conhecimento;
Seu habitat é a floresta, sendo simbolizado pela cor verde na Umbanda. Sendo assim, roupas, guias e contas costumam ser confeccionadas nessas cores, incluindo, entre as guias e contas, no caso de Oxóssi e, também, seus caboclos, elementos que recordem a floresta, tais como penas e sementes.
Seus instrumentos de culto são o ofá (arco e flecha), lanças, facas e demais objetos de caça. É um caçador tão habilidoso que costuma ser homenageado com o epíteto "o caçador de uma flecha só", pois atinge o seu alvo no primeiro e único disparo, tamanha a precisão.
Oxóssi é a expansão dos limites, do seu campo de ação, enquanto a caça é uma metáfora para o
conhecimento, a expansão maior da vida. Ao atingir o conhecimento, Oxóssi acerta o seu alvo. Por este motivo, é um dos Orixás ligados ao campo do ensino, da cultura, da arte. Nas antigas tribos africanas, cabia ao caçador, que era quem penetrava o mundo "de fora", a mata, trazer tanto a caca quanto as folhas medicinais. Além, eram os caçadores que localizavam os locais para onde a tribo poderia futuramente mudar-se, ou fazer uma roça.
Assim, o orixá da caça extensivamente é responsável pela transmissão de conhecimento, pelas descobertas. O caçador descobre o novo local, mas são os outros membros da tribo que a instalam neste novo lugar. Assim, Oxóssi representa a busca pelo conhecimento puro: a ciência, a filosofia. Apesar de ser possível fazer preces e oferendas a Oxóssi para as mais diversas necessidades da vida, pelas características de expansão e fartura desse orixá, os fiéis costumam solicitar o seu auxílio para solucionar problemas no trabalho e desemprego. Afinal, a busca pelo pão de cada dia, a alimentação da tribo, costumeiramente cabe aos caçadores. Por suas ligações com a floresta, pede-se a cura para determinadas doenças e, por seu perfil guerreiro, proteção espiritual e material.
É o caçador por excelência, mas sua busca visa o conhecimento. Logo, é o cientista e o doutrinador, que traz o alimento da fé e o saber aos espíritos fragilizados tanto nos aspectos da fé quanto do saber religioso.
O Orixá Oxóssi é tão conhecido que quase dispensa um comentário. Mas não podemos deixar de fazê-lo, pois falta o conhecimento superior que explica o campo de atuação das hierarquias deste Orixá regente do polo positivo da linha do Conhecimento. O fato é que o Trono do Conhecimento é uma divindade assentada na Coroa Divina, é uma individualização do Trono das Sete Encruzilhadas e em sua irradiação cria os dois polos magnéticos da linha do Conhecimento. O
Orixá Oxóssi rege o polo positivo e a Orixá Obá rege o polo negativo.
Oxóssi irradia o conhecimento e Obá o concentra.
Oxóssi estimula e Obá anula.
Oxóssi vibra conhecimento e Obá absorve as irradiações desordenadas dos seres regidos pelos mistérios do Conhecimento.
Oxóssi é vegetal e Obá é telúrica.
Oxóssi é de magnetismo irradiante e Obá é de magnetismo absorvente.
Oxóssi está nos vegetais e Obá está em sua raiz, como a terra fértil onde eles crescem e se multiplicam.
Oxóssi é o raciocínio hábil e Obá é o racional concentrador.
OFERENDA:
Velas brancas e verdes; cerveja, vinho doce e licor de caju; flores do campo e frutas variadas, tudo depositado em bosques e matas.
ARQUÉTIPO:
As pessoas consideradas “filhos de Oxóssi” são alegres, expansivas, preferem agir à noite, como os caçadores. São faladores, ágeis e de raciocínio muito rápido. Sabem lutar e alcançar o que almejam, como que lançando uma flecha e acertando o alvo. Sabem dominar, mas quando raivosos, ferem as pessoas com palavras e atitudes, como se fosse dada uma flechada. Quando amam, são zelosos e fieis, não toleram ser enganados. São muito trabalhadores e honestos.
OKE ARÔ, MEU PAI!

Artigo retirado do Jornal de Umbanda, São Paulo, 15 de Janeiro de 2011. Edição: 05

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