domingo, 12 de setembro de 2010

QUAL É A SUA UMBANDA?

Falam em tantas Umbandas: branca, esotérica, popular, traçada, de nação, omolokô, umbandomblé, candomblé de caboclo, evangelizada, kardequizada, iniciática...O que é Umbanda então? Se são tantas, porque teimam em dizer que somente a sua, aquela que ele pratica, é a verdadeira?
Origens, respondem todos em unísono! E qual a origem da Umbanda verdadeira? Negros Africanos, Sumérios, Atlântida, Astros...
Por que temos que determinar qual das Umbandas é a mais ou a unicamente correta? Quem sabe não são mesmo várias Umbandas, totalmente diferentes umas das outras. Ou, ela é somente uma mesmo, apenas com várias ramificações!
De onde ela vem ou para onde ela vai? Que interessa o berço em relação ao trabalho futuro.
Se formos olhar bem a fundo cada uma ou qualificações das diversas Umbandas, veremos que em todas elas manifestam-se entidades espirituais semelhantes, tais como os Caboclos, Pretos-Velhos, Exus, Crianças e Orixás.Uma religião que prima pela Caridade, Humildade e Amor, não poderia se dividir tanto entre seus filhos.
Discutem se o Caboclo pode ou não pode usar cocar, se o Preto-Velho pode ou não pode usar chapéu, se Exu é guardião ou
apenas mensageiro e nem percebem e cobram a si próprios se a caridade que estão praticando ou é real.
Será que chegar ao centro já olhando que horas são, pois o médium tem um compromisso inadiável mais tarde, permitirá ao Caboclo praticar uma boa caridade utilizando aquela matéria tão apressada?
Será que a humildade do Preto-velho terá capacidade de influenciar uma pessoa acometida de mau momento ou dor física, a ter calma ou perdoar a quem a tenha ofendido, vibrando numa cabeça que o encara não como um escravo simples, que pela dor alcançou a luz, mas sim como um majestoso soberano que não poderia imaginar como tamanha fraqueza de pensamentos pode assolar estas ínfimas criaturas.
E ainda sobre o Caboclo, o qual na concepção daquele médium não é índio, mas médico ou um antigo rei de uma civilização ainda desconhecida, poderá atuar sobre quem o considera apenas um índio forte e garboso?
E Exu? Ele que em algumas casas mais sofisticadas é Guardião, entidade de alta luz que tem trânsito livre entre todos os ambientes vibracionais, liberando ou aprisionando almas ainda em decomposição moral, e que nas casas mais populares é apenas um enviado de entidades, ou mesmo um serviçal incumbido de levar e trazer as cascas grosseiras dos restos dos trabalhos espirituais, descarregando-os nos lodaçais espirituais no baixo astral.
Será mesmo que as entidades se preocupam com estas diferenciações? Não! As entidades espirituais são seres de luz, são apesar de ainda imperfeitos na evolução espiritual, conhecedores da visão mais iluminada da caridade.
Eles não se preocupam com as roupas que a eles queremos impor. Para eles o que importa é o amor, a união, a elevação.
A Umbanda é única! Ela é perfeita! Tão perfeita que se adapta a tantas interpretações, tão linda e majestosa, que aos olhos de cada um mostra a luz da maneira que possa ser percebida.
E suas origens são mesmo polêmicas, mas não traduzem os maiores ideais da religião: Caridade, Humildade e Amor. Que se busquem historicamente as origens, mas não contaminemos nossa prática religiosa com nossas próprias imperfeições, com nossos próprios preconceitos, com nossos próprios interesses pessoais.
Ao invés de subdesenvolvido, que tal tradicional? Ao invés de cultos exagerados, que tal criteriosos? Ao invés de discussão, que tal aceitação? Não seremos menor se Africanistas, ou maior se Iniciáticos! Mais capazes, se optarmos por fundamentos de nação ou menos capazes, se seguirmos os ensinamentos à luz Kardequiana!
Seremos sim maiores ou menores, se levarmos em consideração a caridade que conseguirmos praticar! Vamos praticar a nossa Umbanda, aquela que nos toca ao coração com sentimentos de amor e caridade. E aí quem sabe, teremos uma Umbanda única e verdadeiros Umbandistas.

Um comentário:

Unknown disse...

uma ótima escolha de texto, todos deveríamos entender e parar de fazer comparações e simplismente seguir nossa umbanda com fé e mais dedicação