quinta-feira, 8 de maio de 2008

LENDA DO CHAMPAGNE NA UMBANDA

Dizem os mais antigos nos terreiros de Umbanda, que Umbanda tem mironga, tem seus erós (secredos), mas na Umbanda do ano 2008 as cortinas dos Congás serão abertas, pois numa Religião verdadeira de futuro e para o futuro, nada deve ser mantido em segredo, para que ela continue além do milênio.

A lenda do Champagne na Umbanda:

O champagne sempre foi uma bebida fina, usada para comemorar os momentos de festa e alegria, a Umbanda com suas origensescravas, indigenas, não tinha acesso a essa bebida, só quando sobrava ou era jogada fora.

Nossos Guias que são nossos Mestres nos trouxeram de presente a lenda da champagne. Na Umbanda, pois quando a Umbanda começou a existir oficialmente, os filhos de Fé queriam agradar a Mãe Yemanjá, Mãe Oxum, Mãe Iansã, Nanã Buroquê, e a senhora Pomba Gira.

No início deste século, no Rio, existia uma senhora de idade portuguesa, filha de Iansã, que cultuava o seu Orixá nos seus Otás com água benta e com ela morava uma mulher negra, ex escrava, que lhe servia como empregada.

A portuguesa pediu-lhe um certo dia, para ela ir buscar água benta para colocar aos pés do seu Orixá, no caminho encontrou quatro marinheiros bêbados, que jogaram várias garrafas de champagne semi-cheias fora, curiosa, amulher resolveu provar da bebida e gostou e foi bebendo até adormecer. Ao acordar ficou apavorada, pois perdera a hora e não dava mais tempo de ir à igreja pegar a água benta. Nervosa, lembrou das champagnes e encheu a sua bilha.

Ao chegar em casa, a portuguesa, furiosa, gritou onde é que voce estava para ter demorado tanto, mas a negra, muito falante, disse que a Santa Bárbara, ou melhor, Mãe Iansã tinha aparecido numa visão, dizendo que não queria mais água benta, queria algo melhor, diferente, uma bebida mais fina, doce. A portuguesa não acreditando na negra mentirosa, pega a bilha abre e sente o cheiro doce da champagne, perguntando:

Quem te deu?

- Foi Santa Bárbara!

- Mentirosa!

- Eu não menti, senhora. Mãe Iansã me mostrou a água que ela gostava mais, afinal para o Orixá nos dá o miô, os Santos vão gosta muito mais.

A portuguesa ficou pensativa, provou o champagne e parecia que tinha um gosto que jamais tinha provado, muito vaidosa, pensou bem, pois nem sempre tinha vontade de mandar buscar água benta e se a negra africana falou, ela devia ter uma razão.

A portuguesa era filha de santo de uma Tenda de Umbanda, na Rua da Assembléia e explicou ao Pai do Santo a sua mudança, pois assim seus santos queriam.

Todos começaram a observar a mudança da portuguesa e como acharam ser moda da europa, coisa granfina, passaram a espalhar a moda nas oferendas, sem saberem que a lenda do champagne na Umbanda vwio de uma negra ex-escrava.

Luiz Roberto de Oxalá - T.U. Estrela Consoladora - Realengo/RJ

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